O cantinho da má lingua para quem gosta de remo



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"Um hino à incompetência

Agradeço a edição do seguinte texto no V. Blog, com o título supra.

Sabendo que não é habitual a identificação neste tipo de sites, agradeço
porém, que me identifiquem (Álvaro Branco - GDFB)

"CAPÍTULO I

Mais um CNF se passou. No sempre maravilhoso Douro que, sinuoso, por entre
montes e serranias, galga Portugal de lés-a-lés até se diluir na imensidão
do Atlântico.

Começo desta forma prosaica porque o Douro é de facto lindo. Tão lindo, que
são muitos os que se deleitam a subir e a descer o seu curso em
maravilhosos cruzeiros ou, os mais afortunados, nos seus espectaculares
iates.

Porém o Douro, com toda a sua beleza, não é seguramente o melhor sítio para
realizar provas de Remo. Porquê? Porque são curvas e contra-curvas e,
sobretudo, por são barcos e mais barcos. Não é só a verdade desportiva que
está em causa. É sobretudo a segurança dos atletas.

Mas, o que vale isso relativamente aos interesses de alguns? Pelos vistos,
muito pouco! Triste fado o nosso, quando as escalas de valores são
invertidas e subvertidas em prol de uns quantos interesses que, muitas
vezes nem chegam a ser corporativos ficando-se por meros interesses
pessoais. "Negócios"!

Parabéns ilustre presidente da FPR. Terá conseguido gerir os seus timings,
porém prestou mais um mau serviço à modalidade que, diga-se, legitimamente
dirige.

Com mais curvas ou menos curvas; com mais ondas ou menos ondas, lá se fez a
sua vontade. Assim seja! Tenho pena pelo Remo. Mas, assim seja!


CAPÍTULO II

Foram 9 (NOVE) os remadores juvenis ELIMINADOS em pré-eliminatória oficiosa
nestes Campeonatos. Só na primeira prova, onde concorriam 9 (NOVE)
remadoras, foram ELIMINADAS 4 (QUATRO) - 44% . Um só Clube, viu em poucos
minutos duas das suas tripulações eliminadas, com falta à largada. Este
Clube, um pequeno Clube, pois está claro, viu assim 40% das suas
tripulações "fora de combate".

Conto a rocambolesca história: Eram as largadas para o CNF de juvenis. Os
juízes, muito cumpridores da letra da lei, alinhavam as tripulações para
largadas de minuto a minuto para provas em contra-relógio. As chamadas eram
feitas de terra, longe, bem longe. Tão longe que os atletas não as ouviam.
os remadores não ouviam, não se entendiam e claro, o minuto entre largadas
era impossível de cumprir. Vai daí os zelosos juízes, desataram a eliminar
tripulações atrás de tripulações. Não se pense que chegaram atrasadas. Nada
disso. O problema é que um minuto não era suficiente para o alinhamento,
tendo em conta que o juiz em terra não se conseguia fazer ouvir.

A determinada altura o Presidente do Júri chega à zona de largada (algures
depois de já se terem eliminado 5 (CINCO) tripulações) e constata, num
assombro de bom senso, que as coisas não podiam continuar assim e ordenou
que a chamada fosse feita da água (perto dos remadores) e que se fosse
flexível na questão da saída minuto a minuto. Porém o assombro de bom senso
esgotou-se por ali. Faltou-lhe o discernimento para assumir e corrigir o
mal que já se tinha feito. Ou seja, daí por diante as "regras do jogo"
mudaram. As remadoras excluídas ficaram a afogar as suas mágoas em
lágrimas. Certamente lágrimas de raiva e de desalento de jovens de 15-16
anos que durante meses trabalharam arduamente, convencidas de que na
modalidade que abraçaram não lhes fariam tanto mal. Porque não ordenou a
largada fora de ordem das atletas? Incompetência? Receios?

Perante a minha interpelação, como Delegado, o Presidente do Júri
reconheceu estes factos. Dizia que teria que ouvir os juízes de largada
sobre as razões invocadas. E parece que ouviu. No fim da jornada (Sábado),
novamente interpelado e não por sua iniciativa, transmite-me que "as
remadores nem sabiam ciar para alinhar". Se a FPR tiver registos
sistematizados dos remadores (o que duvido), verificarão que qualquer
daquelas remadoras são várias vezes campeãs e vice-campeãs nacionais, vão
no 4º/5º anos de remo e, uma delas, sendo juvenil de 1º ano, foi o 5º
melhor tempo nos TNF.

Em suma, mais uma vez se fez tudo para fazer mal ao Remo. O espírito de
polícia, a insensatez, a irracionalidade venceram. O Remo perdeu mais um
bocado do pouco que já tem. Mas o que é isso para pessoas que não perdem
uma oportunidade de manifestar da pior forma o seu autoritarismo ou a sua
incompetência.

Dizia o solícito e competentíssimo Presidente do Júri: "Só quero fazer o
melhor aos remadores. Sobretudo aos jovens remadores!" Pois é. Queria. Mas
acabou por lhes fazer o pior. Essa é que é a verdade!

Claro que, agora, como em tantas outras ocasiões a "culpa morrerá
solteira". Mas não podiam deixar de gritar, em nome daquelas jovens.

Fiquem bem!"


Álvaro M. Branco"




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